segunda-feira, 27 de abril de 2015

Revisitando o Mato da Capela

No último sábado, dia 25 de abril, retornei a um dos meus lugares prediletos de passarinhar: o mato da capela em Bozano-RS. Desta vez combinei com o casal de amigos Paulo e Márcia que queriam aproveitar a vinda do filho Pedro de Poa pra passarinhar em família.

Sem dúvidas o grande destaque do dia, foi termos encontrado pela primeira vez no local o peixe-frito-pavonino. O que só não foi uma completa surpresa, pois, há menos de um mês o amigo Pedro Sessegolo já o havia escutado cantar lá, mas na oportunidade ele não conseguiu o registro.

Peixe-frito-pavonino (Dromococcyx pavoninus)
Peixe-frito-pavonino (Dromococcyx pavoninus)
Peixe-frito-pavonino (Dromococcyx pavoninus)
Outra grande estrela do local, o cisqueiro, até vocalizou bastante, mas manteve o estigma de fantasminha e não possibilitou uma fotinho sequer... Contudo, o objetivo deste post é apresentar não só as fotos do pavonino, mas também dos demais registros que consegui nesta intensa manhã. teve desde um lindo sabiá-laranjeira que fotografei enquanto esperava a turma chegar, até o casal de Pí-pui, num registro bastante incomum. 

Sabiá-laranjeira 
Cabecinha-castanha
Pula-pula
Tiriba-de-testa-vermelha
Arapaçu-escamado-do-sul
Arapaçu-escamado-do-sul
Tiê-preto
Pi-puí
Surucuá-variado
Saracura-do-mato
Trinca-ferro
Pichororé
Por fim, vou deixar o vídeo que fiz com a mini câmera instalada no ombro e que conta um pouco do registro do Peixe-frito-pavonino, ilustrando a emoção que sentimos...


quinta-feira, 23 de abril de 2015

Fotografando aves no Santuário de Caaró

No último dia 21 de abril, aproveitando o feriado de Tiradentes, realizei mais um passeio com o objetivo de registrar aves no estado.  O local dessa vez foi o Santuário de Caaró, localizado na cidade de Caibaté-RS, muito próximo às Ruínas de São Miguel das Missões.

Saíra-de-papo-preto
A escolha do local e convite partiram do amigo Dante Meller, coordenador do grupo de observadores de aves Avemissões, e a saída contou com a participação de quinze amigos, incluindo os casais Paulo Buchabqui e Márcia, Pedro Sessegolo e Ingrid, Maiquel Elsenbach e Andréia Fernanda, além do Dante, da Adelita e outros novos amigos de Santo Ângelo.


Surucuá-variado
Caaró é um santuário que conta capítulos marcantes da nossa história, lá ocorreu o martírio dos três Santos Missioneiros, Pe. Roque Gonzales, Pe. Alonso Rodrigues e Pe. João de Castilhos, mortos ainda no Primeiro Ciclo Jesuítico, em 1628.  Portanto, estar ali, vivenciando essa importante história de martírio ocorrida na nossa região, justamente no feriado de Tiradente por si só já representou um dia de grande emoção. Conhecer e cultuar nossas raízes nos traz entendimento do papel que desempenhamos no mundo.

Quanto às aves, essas não decepcionaram e logo no açude que antecede o local já fomos recebidos por um bando de veste-amarelas, e por uma família de coleiros-de-brejo, além de ouvir muito próximo a singular vocalização do inhambú-chintã.

Coleiro-do-brejo
Veste-amarela
Depois, já no mato do Santuário, consegui registros do cabeçudo (meu lifer do dia), surucuá-variado, anambé-branco-de-bochecha-parda, saíra-de-chapéu-preto, neinei, tiê-de-topete,  gralha-picaça, tiribas-de-testa-vermelha, sabiá-barranco...

Cabeçudo
Tiê-de-topete
Gralha-picaça
Sabiá-barranco
Tiribas-de-testa-vermelha
Anambé-branco-de-bochecha-parda
Neinei
E é assim, indo atrás das aves que vou conhecendo aos poucos nosso estado e nosso país, isso é mais um dos grandes benefícios de se praticar o Birdwatching, ele conecta as pessoas, nos faz conhecer lugares e a entender quem somos. Esse feriado me proporcionou tudo isso, pude matar a saudade dos amigos, conhecer novos e ainda aprender sobre essa impressionante história dos nossos mártires missioneiros.


quinta-feira, 2 de abril de 2015

Nem só de aves vive um birder!

Quando me preparo para sair a campo costumo checar os equipamentos: câmera, gravador, baterias, memory cards; me abastecer de água, um lanche rápido ou fruta; protetor solar, repelente, chapéu, roupas adequadas e traço um roteiro mental de aonde naquele dia - com aquelas condições de horário e clima - eu conseguiria encontrar as melhores espécies.  


Já é automático, mas o processo é sempre o mesmo, apetrechos - roteiro - mentalização. E é nessa hora, na mentalização, que eu tento me concentrar imaginando qual será a ave que vai pintar, aquele registro que vai fazer o coração acelerar e a mão tremer na hora do click...  

Provavelmente a busca desse momento especial, capaz de nos leva para longe da rotina, a elevar a adrenalina, que a grande maioria dos aficionados pelo birdwatching persegue, momentos que ficam marcados na memória para serem sempre lembrados.  Muitas vezes esses momentos são compartilhados com grupos, todos juntos vivendo a euforia de estar frente a frente com uma espécie rara, mas outras tantas ocasiões esse momento é só seu, e dificilmente alguém conseguiria explicar exatamente o que sentiu, é imensurável.

Nos últimos dias tenho saído bastante sozinho (separo os apetrechos - faço o roteiro - mentalizo), mas nunca sei ao certo que surpresa virá.  Ir ao local onde frequentemente ocorre uma espécie, não é certeza de que ela vai estar lá ou as vezes ela até está, mas não para você, não naquele dia...

Frustrações são parte do negócio, voltar chateado com a escassez de aves, ou aquele click com a câmera mal configurada que faz sobrar apenas o borrão na tela. Mas são estes dias, a rigor pouco estimulantes, que tornam os dias bons ainda melhores, afinal, o que seria do doce se não fosse o amargo!

Ultimamente tenho vivido nessa gangorra, saídas bem legais intercaladas com outras até decepcionantes. A época do ano favorece isso, pois no início do outono, a maioria das aves migratórias de verão já partiram e as de inverno ainda não chegaram... mas sempre tem as residentes, que são a grande maioria, algumas que mesmo sem querer acabam sendo renegadas em épocas mais agitadas e que acabam tendo sua beleza redescobertas neste períodos.  A exemplo disso fiz belos registros  de caturritas e das garças-brancas nesta semana:

 Caturrita
Bando de caturritas
Garça-branca-pequena
Garça-branca-grande
Outro momento de alta, foram os registros do martim-pescador-verde e martim-pescador-grande, sempre tão ariscos, foram ludibriados pela vestimenta discreta e movimentos lentos, acabaram permitindo eu chegar a poucos metros:
Martim-pescador-verde
Martim-pescador-grande
Mas como o título do post anunciou, nem só de aves vive um birder! e prova disso são os encontros menos esperados que temos eventualmente com outros animais da nossa fauna.  Ja faz algum tempo que tento documentar esses encontros não apenas com fotos mas com videos também.  Em 2015, já são cinco animais registrados, primeiro foi o preá, depois o lagarto-teiú, o ratão-do-banhado, e essa semana um veado-virá e um graxaim! 
Preá
Lagarto-teiú
Ratão-do-banhado
Veado-virá
Graxaim-do-campo
A região de Cruz Alta-RS, não oferece as melhores condições para esses animais, o desmatamento, a monocultura e a caça são alguns dos obstáculos à vida selvagem, mas ainda assim alguns insistem em resistir.